SOGA nas escolas
Julho 12, 2023
Na área da Saúde existem muitas preocupações. Uma das ilhas mais esquecidas pelo continente africano é, precisamente, Soga e, desse modo, tanto medicamentos, como materiais de enfermagem, acabam por ser escassos.
Além disto, ocorrem muito frequentemente, na ilha, epidemias, como cólera, paludismo, elefantíase, lepra, malária, entre outras, pelo que é de extrema importância uma aposta nesta área e no seu desenvolvimento.
As carências encontradas na ilha, relativamente à água e à alimentação, são altamente geradoras de doenças, adoecendo muitas pessoas pelo consumo de água não potável. Estas doenças são ainda mais suscetíveis de ocorrer quando a pessoa já se encontra enfraquecida por uma dieta alimentar muito pobre.
Com o valoroso auxílio da Cáritas Guiné-Bissau, foi prestada formação aos nossos voluntários sobre saneamento básico, especificamente sobre a construção adequada de latrinas. A construção destas é uma das chaves para a manutenção da saúde dos habitantes da ilha de Soga, essencial no combate à propagação de doenças e como tal já foram construídas mais de 20 latrinas, estando em estudo a localização de latrinas adicionais nos bairros de todas as tabancas.
Desde 2013 que a ilha de Soga conta com a presença da enfermeira Irina, à qual, em 2015, se veio juntar o enfermeiro Martinho, nascido e criado na ilha, cuja bolsa de estudo foi subsidiada pela SOGA, numa aposta recorrente que se traduziu na formação de outros profissionais de saúde: Amena, Celestino Vieira e Domingos Sana. O Centro de Saúde presta consultas de planeamento familiar, executa um plano de vacinação e presta os cuidados primários à população.
Em 2020 iniciou-se, por iniciativa da SOGA, a construção de um novo edifício destinado a providenciar novas instalações para os cuidados de saúde, na Tabanca de Etambro, onde vive um grande número de pessoas e que se encontra no centro da Ilha. O edifício presta homenagem ao coordenador guineense que faleceu em janeiro de 2020: Crito Manuel Tavares.
O Centro de Saúde existente na ilha, por si só, não oferece as condições mínimas para o tratamento de muitas das situações de emergência médica. Como tal, torna-se, muitas vezes, necessário transportar os doentes para outras ilhas, ou até mesmo para o continente.
O barco motorizado “Travessia para a Vida” veio preencher uma lacuna grave em termos de assistência médica: o transporte de emergência. Em situações graves os pacientes devem ser transportados para o hospital mais próximo, na ilha de Bubaque. Até 2018 esta evacuação era feita por conta e responsabilidade do doente, sem intervenção do Centro de Saúde, numa piroga, com uma viagem que demorava quase uma hora, em situações de muito perigo. O “Travessia para a Vida” foi adquirido pela SOGA e mantêm-se ao cuidado coletivo da população, que o gere, tendo auxiliado por múltiplas vezes o socorro a quem dele precisa.
Ao longo dos anos foram crescendo as preocupações relativas não só à qualidade, mas à própria disponibilidade de água cujo caudal está progressivamente dependente da imprevisibilidade da estação das chuvas – devido ao fenómeno da desflorestação que assola a Guiné-Bissau. Adicionalmente, a água disponível é assolada pela presença de micro-organismos nefastos.
A SOGA tem concentrado os seus esforços no desenvolvimento e implementação de medidas proativas que assegurem a qualidade da água destinada ao consumo humano. Se no passado esses esforços se resumiam à sensibilização da população da ilha para a necessidade de esterilizar a água quer através da fervura da mesma, quer através da aplicação de lixívia, hoje graças à generosa contribuição de várias comunidades escolares, a SOGA possui três equipamentos comunitários para filtragem sistemática da água.
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